segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Quando o amor acende a casa por dentro

 


Por Diego de Almeida

Uma das melhores sensações que podemos ter é o amor. O Afeto que aquece o coração. Sentir-se amado e querido, sabendo que existe alguém que se importa com seu bem-estar, que quer a sua felicidade a despeito de seus próprios interesses e vontades. Sentir-se amado é uma dádiva!

Amor verdadeiro costuma se manifestar em coisas pequenas. Ele está no café que alguém prepara antes de você levantar; na mensagem rápida perguntando se chegou bem; no silêncio cúmplice que acolhe sem exigir explicações. Há muitas formas de se sentir amado, e quase todas envolvem o mesmo elemento: presença. Estar com — e estar por — é o verbo que sustenta o afeto.

Sentir-se amado é experimentar um calor de dentro para fora. Não é fogos de artifício; é lareira. Acalma, dá norte, devolve cor. Quando sabemos que existe alguém que torce por nós, mesmo quando falhamos, nasce uma coragem discreta de avançar. O medo não some, mas ganha companhia. E coragem com companhia é outra coisa: você segue, mas não está só.

Essa experiência não se limita ao casal. Há o amor que chega em forma de amizade, família, comunidade. Um abraço depois de um dia difícil, o vizinho que oferece ajuda sem constrangimento, a equipe que compartilha crédito e responsabilidade — tudo isso também é amor. O afeto reorganiza a vida: o essencial fica mais nítido, as urgências perdem um pouco de seu grito, o tempo parece ganhar textura.

Importante lembrar: o amor é um substantivo que se comporta como verbo. Precisa de prática. Não se sustenta apenas em declarações, embora elas sejam bem-vindas; cresce mesmo é em atitudes repetidas, às vezes invisíveis. Ouvir com atenção, pedir perdão, ajustar a rota, reconhecer limites — amar inclui ética. Não é possuir, é cuidar. Não é invadir, é respeitar. E, quando necessário, é saber deixar ir.

Também há um aspecto muitas vezes esquecido: sentir-se amado começa, em parte, pelo modo como nos tratamos. Autoestima não substitui o amor do outro, mas abre espaço para recebê-lo. Quem aprende a se tratar com gentileza, a descansar sem culpa e a dizer “não” quando precisa, cria um terreno fértil para que o carinho alheio não vire dívida, e sim encontro.

Se o amor aquece o coração, é porque oferece abrigo: um lugar para voltar depois de errar; um incentivo para tentar de novo; uma luz acesa esperando na janela. É por isso que o afeto não é enfeite da vida — é infraestrutura. Sustenta projetos, atravessa invernos, dá sentido ao cotidiano. E, quando compartilhado, multiplica o que temos de melhor.

Hoje, que tal praticar essa arquitetura do cuidado? Uma ligação, uma palavra simples, um gesto de atenção. Amor não precisa ser grandioso para ser verdadeiro. Às vezes, o suficiente é estar perto — com todas as letras e com todo o corpo — para lembrar a alguém: “você importa”. E isso, no fim das contas, é o que acende a casa por dentro.

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