segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

TEMPO DE DERRUBAR E TEMPO DE EDIFICAR!

Muito nos diz o Eclesiastes... A vida é agitada e as vezes parece nos derrubar ao solo. As vezes, parece que nada dá certo e que por mais que tentemos, não alcançamos nossos objetivos... pelo contrário; parece que as coisas andam para trás!
Mas como disse, o Eclesiastes pode ensinar muito, se estivermos dispostos a entender... Não basta ler; devemos compreender, assimilar e permitir que o conhecimento inunde nosso ser e modifique nossa essência!
Tudo tem seu tempo, sua hora. Nada vem antes ou depois do determinado! A nós, cabe trabalharmos com afinco e dedicação para podermos desfrutar das benesses do trabalho bem feito. Não se colhem maçãs de espinheiros, logo, se queremos maçãs, deveremos cultivar macieiras! Poderão ocorrer secas, pragas, granizo, mas com persistência, haverá colheita!

Eclesiastes, Cap. 3 
1 Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. 2 Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; 3 Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar; 4 Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar; 5 Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar; 6 Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora; 7 Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar; 8 Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz. 9 Que proveito tem o trabalhador naquilo em que trabalha?  (...) 19 Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais, e lhes sucede a mesma coisa; como morre um, assim morre o outro; e todos têm o mesmo fôlego, e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade. 20 Todos vão para um lugar; todos foram feitos do pó, e todos voltarão ao pó.  (...) 22 Assim que tenho visto que não há coisa melhor do que alegrar-se o homem nas suas obras, porque essa é a sua porção; pois quem o fará voltar para ver o que será depois dele?

Aprendemos e reaprendemos que há tempo de criar, há temo de destruir... há tempo de desistir e há tempo de recomeçar!

Sempre trabalhar... Esta é a única certeza!

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

CÂMARA DESFIGURA PACOTE ANTICORRUPÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Desolação e revolta... não tenho muito mais o que dizer. Aproveitando-se do silêncio da noite e, para seu favor, em meio à comoção geral da Nação pelo trágico acidente com o avião da Chapecoense, nossos "nobres Deputados Federais" acabaram com o Projeto das 10 Medidas Contra a Corrupção, de iniciativa do Ministério Publico Federal com o mais amplo apoio popular, deturpando o texto e transformando-o em Lei de auto-proteção a favor da Corrupção, aos moldes que os Legisladores Italianos fizeram na década de 1990, em relação à Operação Mãos Limpas (uma Lava-Jato italiana). A esperança é que pressões populares e do próprio MPF, possam promover uma reversão no texto do projeto quando este for avaliado e votado no Senado Federal, ou que ao final, o Presidente da República vete os artigos "pró-corrupção"... 
Estou estarrecido!!!!
Cito o que escreveu Reiner Bragon esta madrugada para a Folha de São Paulo:
Por: Ranier Bragon (De Brasília)
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/11/1836979-na-madrugada-camara-fulmina-pacote-anticorrupcao-do-ministerio-publico.shtml

30/11/2016  04h26
Após aprovar por quase unanimidade o texto-base do pacote de dez medidas anticorrupção do Ministério Público, o plenário da Câmara dos Deputados passou a madrugada desta quarta-feira (30) votando emendas e derrubando vários pontos importantes da proposta.
Quase no final, o relator, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), ironizou: "Está sendo dizimado [o pacote]. Do jeito que vai as dez medidas vão virar meia medida."A votação das emendas acabou às 4h19.
A primeira atitude dos deputados na madrugada foi incluir emenda com a possibilidade de punição de magistrados e integrantes do Ministério Público por crime de abuso de autoridade.
A isso se seguiu uma série de alterações no pacote, sempre na linha de suprimir propostas do Ministério Público de endurecimento da legislação ou de simplificação dos trâmites processuais.
A maior parte das emendas foi capitaneada por PP e PT, partidos com vários políticos implicados na Lava Jato.
Com votações expressivas contra o texto elaborado pela força tarefa de Curitiba, os deputados rejeitaram pontos como a tipificação do crime de enriquecimento ilícito de funcionário público, a ideia de tornar a prescrição dos crimes mais difícil e a de facilitar a retirada de bens adquiridos com a atividade criminosa.
Os parlamentares retiraram ainda a instituição do chamado "delator do bem", pessoa que ganharia uma recompensa por entregar a autoridades crimes do qual não participe, mas que tenha conhecimento. A medida, uma das preferidas de Lorenzoni, foi classificada jocosamente por deputados como "regulamentação da profissão de dedo-duro".
Outras medidas suprimidas foram as sugestões do Ministério Público de endurecimento da Lei de Improbidade e da possibilidade de cassação do registro e de punições mais severas a partidos e dirigentes que cometerem faltas graves.
De substancial, restou no pacote do Ministério Público a criminalização específica do crime de caixa dois eleitoral (uso de dinheiro de campanha sem registro à Justiça) e a inclusão de alguns crimes na categoria de hediondos caso o valor desviado seja superior a R$ 8,8 milhões.
Entregue ao Congresso em março, a proposta chegou com o apoio de mais de dois milhões de eleitores e era considerada como essencial pelo Ministério Público Federal no combate à corrupção.
Na comissão especial da Câmara, parte das propostas originais já havia sido retirada, entre elas a que permitiria o uso de provas ilícitas, desde que obtidas de boa fé, e o que dificultava a concessão pela Justiça de habeas corpus a presos.
O texto segue agora para análise do Senado. Terá ainda que passar por sanção do presidente Michel Temer, que pode vetar pontos do que for aprovado pelo Congresso.
Vergonha! Vergonha! Vergonha!

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

A HISTÓRIA DA LUVA CIRÚRGICA

O cirurgião norte-americano William Stewart Halsted (1852-1922) tem nome bem marcado na história da medicina tanto pela excelência do seu conhecimento médico, como pelo desenvolvimento de técnicas e invenção de equipamentos e apetrechos cirúrgicos. Vários epônimos estão ligados ao seu nome: Pinça de Halsted, a Cirurgia de Halsted, a Sutura de Halsted, entre outros.
 Em 1889, Halsted ingressou no recém fundado John Hopkins Hospital de Baltimore, onde foi pioneiro e gozava de grande prestígio. Na mesma ocasião, foram contratadas duas enfermeiras: Caroline Hampton e Isabel Hampton, que não eram parentes. Isabel era canadense e fora selecionada como superintendente de enfermagem do Hospital mas havia grande animosidade entre ela e Caroline. Para solucionar o problema, Halsted nomeou Caroline como supervisora do centro cirúrgico.
 Era uma época em que a medicina estava aprendendo a evitar a infecção nos procedimentos cirúrgicos. Halsted seguia um rigoroso ritual de antissepsia, que envolvia a desinfecção das mãos de toda a equipe cirúrgica, com o emprego de soluções antissépticas como o cloreto de mercúrio. Caroline Hampton tornou-se a instrumentadora das cirurgias de Halsted, mas logo desenvolveu uma severa dermatite de contato a esses produtos. O cirurgião, então, solicitou à Goodyear Rubber Company que criasse dois pares de luvas especiais para Caroline, de modo que ela pudesse continuar a exercer suas funções e não prejudicasse o processo de antissepsia nas operações. A ideia deu certo, as luvas funcionaram perfeitamente e a instrumentadora não precisou se afastar das cirurgias. Foi dessa forma que Caroline Hampton tornou-se a primeira profissional a utilizar luvas de borracha no centro cirúrgico.
É bem provável que a preocupação do cirurgião em proteger as mãos da instrumentadora para que ela pudesse continuar a seu lado tenha tido também, ou principalmente, motivação sentimental. O fato é que pouco tempo depois, em 1890, Halsted e Caroline se casaram. Não por outro motivo, as luvas que ensejaram o romance são frequentemente referidas como as "luvas do amor". Com o casamento,  Mrs. Halsted deixou o trabalho e a profissão. Viveram juntos por 32 anos e não tiveram filhos. Caroline Hampton Halsted morreu em novembro de 1922, dois meses depois da morte do marido.
Com o sucesso das luvas de borracha fina, sua utilização foi sendo ampliada. Inicialmente eram usadas apenas pelas enfermeiras e assistentes. Os médicos só foram utilizá-las mais tarde. Em 1893 Joseph Bloodgood, pupilo de Halsted começou a usar as luvas nas cirurgias e reduziu a próximo de zero as infecções nas cirurgias de hérnia. A partir daí, Halsted passou também a utilizá-las sistematicamente, convencido de sua utilidade na prevenção de infecções. Na virada do século XIX para o XX, a maioria dos hospitais americanos e do mundo já utilizavam as luvas cirúrgicas, agora já não só para proteger a mão dos profissionais, mas também como parte fundamental do processo da assepsia cirúrgica.
Em 2008, o John Hopkins Hospital aboliu o uso de luvas de látex porque elas provocavam frequentes casos de dermatite de contato, o mesmo motivo que levou à sua invenção, naquele mesmo hospital.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

LIBERDADE, MAÇONARIA E AS NOTAS DE REAL



Adaptado do texto “Marianne e a Maçonaria” do excelente blog “No Esquadro” do irmão Kennyo Ismail.

Você sabe qual é a relação entre a Estátua da Liberdade e a mulher estampada nas notas do Real? Elas são a mesma pessoa: Marianne.
E, por incrível que pareça, Marianne não está presente apenas nos EUA e em nosso rico dinheirinho. A mulher que serve como modelo para a estátua da Liberdade e que aparece nas notas de Real teve origem na Maçonaria.
Marianne é a figura alegórica de uma mulher que representa a República Francesa, sendo portanto uma personificação nacional francesa.
Sob a aparência de uma mulher usando um barrete frígio, Marianne encarna a República Francesa e representa a permanência dos valores da república e dos cidadãos franceses: Liberté, Égalité, Fraternité (Liberdade, Igualdade e Fraternidade). Marianne é a representação simbólica da mãe pátria, simultaneamente enérgica, guerreira, pacífica e protetora e maternal.
Até os livros escolares já se renderam à verdade de que a Maçonaria teve papel fundamental na Revolução Francesa, com a qual compartilha seu principal lema: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Pois bem, a Liberdade deveria ser o primeiro princípio a ser alcançado, pois sem Liberdade não haveria como promover a Igualdade e vivenciar a Fraternidade. E os franceses adotaram como símbolo dessa liberdade a imagem de uma mulher, a qual ficou conhecida como Marianne. Seu surgimento deu-se entre Setembro e Outubro de 1792 e seu nome nada mais é do que a união de Marie e Anne, dois nomes muito comuns entre as mulheres francesas do século XVIII. Marianne se tornou símbolo da Revolução e de seus ideais e, com o êxito do povo, alegoria da República. Era chamada por uns de “Senhora da Liberdade” e por outros de “Senhora da Maçonaria”.
Para os aristocratas contra-revolucionários, o nome tornou-se pejorativo porque figurava o povo, a plebe. Os revolucionários adotaram-na para simbolizar a mudança de regime.
Bustos de Marianne contendo o lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” não somente podem ser vistos em praticamente todas as prefeituras e principais edifícios públicos da França, como é peça obrigatória em todos os templos maçônicos daquele país. Há várias versões de Marianne portando objetos diversos, entre o famoso barrete, feixes, coroa, triângulo, estrela flamígera ou mesmo segurando uma colmeia (ah, vá?). Em uma de suas versões mais populares Marianne veste uma faixa maçônica contendo Esquadro e Compasso, abelhas, Nível e Prumo.
Quando a França resolveu presentear os EUA em comemoração aos seus 100 anos de declaração de independência, fez isso através da Estátua da Liberdade: uma versão maçônica de Marianne, feita pelo maçom Frederic Auguste Bartholdi. Não demorou para que Marianne se tornasse alegoria da República em todo o Ocidente, incluindo, é claro, o Brasil.

Se os americanos conseguem ver a Maçonaria na nota de um dólar, através do “Olho que tudo vê”, nós brasileiros podemos encontrá-la em todas as nossas notas através dela, Marianne, a Senhora da Liberdade, a Senhora da Maçonaria.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

NEM CASA GRANDE E NEM SENZALA... MAIS RESPEITO, POR FAVOR!!!

Texto de Francinne Machado Ribeiro, médica do Rio de Janeiro, com a qual eu concordo plenamente, a respeito da Universitária da foto a seguir.
Para que todos possam meditar um pouco... principalmente os Militantes Marionetes.


Futura colega, sente-se aqui para eu te explicar algumas coisas. Senta porque tem textão.

Depois de 26 anos de formada, achei que conhecia um pouco o ser humano. Mas me surpreendi hoje ao ler a inacreditável reportagem sobre você. Vi, boquiaberta, você reclamar que sofre preconceitos por causa do seu lindo cabelo, enquanto segura esse cartaz patético.
Hoje você é só uma marionete boba aproveitando uma suposta chance de denunciar preconceitos.
Lembre-se que o Prouni não é favor algum. O mérito de ter estudado e obtido os pontos necessários para entrar numa escola de Medicina foi seu. E não deste ou aquele governo.
Bem como será seu o mérito por passar de ano ou o ônus da reprovação.
Daqui a pouco você se formará. E escolherá uma especialidade. Na hora que você estiver fazendo sua prova de residência, perceberá que a disputa não é racial. Nesta peneira cruel, a disputa é de competências. Se você souber tratar seu paciente, você entra. Até se sua cor for verde, como é a cor de quem passa o ano inteiro estudando sem ver a luz do sol. Comigo foi assim. Com você será também.
Durante a sua residência, sofrerá quando prescrever antibiótico que está em falta no seu hospital, ou se deparar com um mandado judicial para internar um cidadão sem indicação médica, enquanto seu paciente com câncer não consegue marcar uma tomografia.
Vai entender que a gritaria contra o Mais Médicos não se trata de corporativismo, mas de desespero. Desespero por saber que a presidente e seu ministro da saúde entregam à população médicos despreparados e desqualificados, quando deveriam zelar por sua saúde e bem estar.
Você vai dar muitos plantões, seja para cumprir carga horária, seja para pagar seu aluguel. E perceberá que, quando precisar trocar de plantão, a loirinha de olho azul talvez aceite te dar uma cobertura. Ou talvez não. E perceberá que o sim ou não nada tem a ver com a cor dela, mas com o fato de que naquela data ela talvez tenha que viajar 300km para dar plantão em outra cidade. Como eu, no começo da minha carreira.
Durante sua rotina hospitalar, finalmente entenderá que dentro de unidades fechadas, como CTI e centros cirúrgicos, cabelos são potenciais contaminantes, tanto quanto anéis, pulseiras e mangas compridas. Todos temos que prendê-los, sejam eles longos, curtos, crespos, lisos ou encacheados como os meus. Prevenção de infecção nosocomial não é preconceito. É higiene.
Após 12,24h de plantão, tudo com o que você sonhará será uma cama, que nem sempre será limpa, depois de um banho, que nem sempre será quente. Sabe por que? Porque seu governo corrupto superfaturou remédios, mas não pagou a lavanderia e a manutenção da caldeira. Quando você tombar no quarto de descanso do plantão, naquelas 2-3h de repouso, ficará muito feliz em se deitar ao lado de colegas negros, brancos, cafuzos, mamelucos, índios, aborígenes, católicos, judeus, coxinhas ou companheiros. O mesmo ocorre na hora de entubar um paciente e se revezar para massagear seu peito, na tentativa de salvar sua vida.
Sabe por que?
Porque aqui, no front, eu não tenho tempo nem posso me dar ao luxo de discutir credo, cor, opção política, time de futebol ou escola de samba preferida. Somos todos MÉDICOS.
Sim, com letra maiúscula. Com orgulho e suor. Com baixos salários mas muita dignidade. Na hora de salvar vidas, meu bem, você não vai se importar se quem está deitado na sua frente é um político corrupto, um estuprador cruel, um santo padre, um espancador de mulheres ou um cidadão comum. Ele é um paciente.
Com dor, sofrimento, culpas, medo de morrer.
E você será a pessoa que poderá ajudá-lo se simplesmente fizer o seu trabalho. Ou ficará, como agora, em cima de um banquinho fazendo proselitismo, enquanto a vida de um ser humano se esvai diante de você.
Reclamando da falta de recursos, salários baixos porque governos A, B ou C gerenciaram mal o dinheiro público ao longo de décadas.
Ao fim da jornada, minha futura colega, seremos todos iguais, negros e brancos, da "casa grande" ou da "senzala". O que importará, na verdade, bem lá no fundo, é seu trabalho bem feito.
E isso não tem nada a ver com a cor da pele ou com a condição social.
Tem a ver com nosso oficio. Esse belo ofício que resiste aos séculos e insiste em ajudar, a confortar e tratar pessoas.
Não tem a ver com seu ou o meu tipo de cabelo. E sim com misericórdia.
Vá por mim, desça do seu palanque e venha logo conhecer o meu mundo.

E que será, espero, o seu mundo em breve.