quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

O DILEMA DA SAPATILHA




O termo "Sapatilha" pode se referir a várias coisas: pode ser o sapato próprio de bailarinos, pode ser a forma com que se moldam chapéus de pelo ou feltro, ou ainda, a proteção que se coloca na ponta das espadas para evitar acidentes. Contudo, referimo-nos aqui àquele calçado flexível e macio, de solado fino, que é o queridinho de muitas mulheres!
Eu não gosto de sapatilhas! Mas isso não tem a mínima importância, pois não as uso, e quem usa, não vai se deixar influenciar pela minha opinião.
Sapatilhas são bonitas, práticas, confortáveis, de vários formatos e detalhes e que ficam bem com muitos estilos de roupas. As mulheres adoram! Basta olhar nas ruas para comprovar; exceto em pleno inverno, com temperaturas muito baixas, sempre se veem sapatilhas desfilando pelas calçadas, casas e lojas! Entrementes, mesmo com tantas qualidades, as sapatilhas tem um grande defeito: elas dão chulé!!!
É sério! Quem já teve a oportunidade de estar perto de uma mulher na hora que ela descalça sua linda sapatilha, sabe do que eu estou falando! Sapatilhas fedem! (não as novas, claro. Mas com pouco uso elas já adquirem o odor característico) E neste quesito, as sapatilhas são ecléticas; não importa a idade, raça, crença, ideologia política ou sexualidade de quem a use, e nem mesmo importa o tipo da sapatilha; todas cheirarão igual após algum uso!
Quando comentei este fato em uma roda de amigos, uma das presentes comentou: 
- Nossa! Verdade. E não importa se você paga R$ 25,00 ou R$ 300,00 na sapatilha, ela vai ter chulé igual! E nem adianta lavar, que no uso seguinte já vai voltar o chulé.
Ela estava usando uma sapatilha vermelha quando falou isso...
Mas o chulé da sapatilha não vem de graça. A "bromidrose", que é o nome dado ao chulé, é resultado da ação de bactérias que digerem o suor e os resíduos de descamação cutânea, liberando gases. 
Aí está! Como a sapatilha é um calçado de ponta fechada, sem ventilação, usado sem meia aos pés, a deposição de suor e partículas de pele é muito grande e, somado ao calor, torna-se um prato cheio para as bactérias fedorentas!
Mas a questão toda que estou levantando aqui não é o chulé da sapatilha e nem é campanha para o seu abolimento social... É a liberdade de escolha e a capacidade de relevar e superar algo!
Difícil entender? Explico. 
Do mesmo modo que as mulheres, sabendo que as suas sapatilhas poderão (e certamente que sim!) criar chulé, podem escolher entre usá-las ou não, em favor do conforto e da praticidade em detrimento do mau cheiro, na vida, todos somos livres para escolher, seja lá o que for, pesando seus prós e contras. 
Minha esposa adora sapatilhas! Mas eu a amo muito a ponto de relevar o fato. Não posso querer obrigá-la a não usá-las e muito menos, terminarei nosso casamento por eu não gostar do cheiro das sapatilhas! As coisas boas de nosso casamento são muito mais importantes e que as pequenas diferenças, defeitos ou particularidades de gostos que cada um de nós possa ter. 
Só crescemos moral e espiritualmente quando desenvolvemos a capacidade de relevar as coisas de menor importância. Relevar não significa desdenhar e nem mesmo ignorar. Relevar consiste em avaliarmos algo e julgarmos que o mesmo não é importante o suficiente para tomar nosso tempo ou nossas preocupações. Relevar significa escolher viver com mais tranquilidade e de forma mais serena mesmo com os percalços e agravos que a vida diária nos impõe.
Devemos todos ter a mesma capacidade de relevar pequenos aborrecimentos, do mesmo modo que as mulheres relevam o cheiro das sapatilhas, para podermos melhor usufruir das boas coisas da vida. Afinal, qual o pique-nique divertido que não tem suas formigas e abelhas? Qual a sapatilha confortável que não tem o seu chulé? 

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

A CASA CAIU!!! SÓ NÃO VÊ QUEM NÃO QUER... (OPERAÇÃO LAVA JATO)

“CRIME DE RESPONSABILIDADE”

O ESTADO DE S. PAULO

16 Novembro 2014 | 02h 03
Quando começou a vir à luz o conteúdo das investigações da Operação Lava Jato, lançada pela Polícia Federal (PF) em março deste ano para apurar a corrupção dentro da Petrobrás, houve quem previsse que a dimensão dessa encrenca poderia comprometer a realização das eleições presidenciais. Esse vaticínio catastrófico era obviamente exagerado. Mas os acontecimentos dos últimos dias revelam que esse escândalo sem precedentes não apenas compromete indelevelmente a imagem da maior empresa brasileira e da cúpula do partido que controla o governo federal há 12 anos - inclusive o ex-presidente Lula e a presidente reeleita Dilma Rousseff, como mostramos em editorial de sexta-feira -, mas pode ser só a ponta de um gigantesco iceberg.
Para ficar apenas nos acontecimentos mais importantes dessa semana: a empresa holandesa SBM Offshore, fornecedora da Petrobrás, fez um acordo com o Ministério Público de seu país pelo qual pagará US$ 240 milhões em multas e ressarcimentos para evitar processo judicial por ter feito "pagamentos indevidos" para obter contratos no Brasil e em outros dois países. No Brasil, a CGU iniciou investigações sobre as suspeitas de que cerca de 20 funcionários da Petrobrás teriam aceitado suborno da empresa holandesa.
Na quinta-feira, a auditoria PricewaterhouseCoopers anunciou que não vai assinar o balanço contábil do terceiro trimestre da Petrobrás - cuja divulgação foi por essa razão adiada - enquanto não conhecer as conclusões das investigações internas da empresa sobre o escândalo, por temer o impacto do desvio de recursos sobre os ativos da petroleira. Trata-se de uma precaução raramente adotada por firmas de auditoria - o que demonstra a gravidade da situação da Petrobrás.
Na sexta-feira, a Operação Lava Jato iniciou nova fase, colocando 300 policiais em ação em cinco Estados - São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco e Minas Gerais - mais o Distrito Federal, para cumprir 85 mandados de prisão ou de busca contra executivos de empreiteiras e outros investigados por crimes de organização criminosa, formação de cartel, corrupção, fraude à Lei de Licitações e lavagem de dinheiro. Para começar, prenderam no Rio de Janeiro o ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque, indicado para o cargo por José Dirceu.
Enquanto isso, chega a cerca de uma dezena o número de investigados da Lava Jato que reivindicam o benefício da delação premiada, numa demonstração de que quem tem o rabo preso no escândalo já percebeu que a casa caiu e a melhor opção é entregar os anéis para salvar os dedos, como já fizeram o ex-diretor Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef.
Diante das surpreendentes proporções do esquema de corrupção armado dentro da maior estatal brasileira com o objetivo de carrear recursos para o PT e seus aliados, não surpreende que os dois presidentes da República no poder durante o período em que toda essa lambança foi praticada soubessem perfeitamente o que estava ocorrendo. Em 2010 - Lula presidente e Dilma chefe da Casa Civil -, o Palácio do Planalto, por meio de veto aos dispositivos da lei orçamentária que bloqueavam os recursos, liberou mais de R$ 13 bilhões para o pagamento de quatro contratos de obras da Petrobrás, inclusive R$ 6,1 bilhões para a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. O TCU havia chegado à conclusão de que esses custos estavam superfaturados, mas Lula e Dilma entenderam que era preferível tocar as obras. Só essa decisão comprova a responsabilidade desses políticos por um escândalo que deixa o Caso Collor no chinelo.
De fato, está registrada no Diário Oficial da União a prova documental da conivência de dois presidentes da República com a corrupção na Petrobrás. É um escândalo de dimensões mastodônticas que envolve todas as diretorias operacionais da estatal, dezenas de executivos de empreiteiras e outro tanto de políticos de praticamente todos os partidos mais importantes da base governista no desvio de recursos estimados em pelo menos uma dezena de bilhões de reais.
Somente alguém extremamente ingênuo, coisa que Lula definitivamente não é, poderia ignorar de boa-fé o que se passava sob suas barbas. Já Dilma Rousseff de tudo participou, como ministra de Minas e Energia e da Casa Civil e, depois, como presidente da República.

Devem, todos os envolvidos no escândalo, pagar pelo que fizeram - ou não fizeram.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

NÃO AOS CONSELHOS POPULARES DE DILMA!!!

Repassando a notícia.
Graças a Deus, um ato de bom senso! Fico muito feliz; estava de luto, pois achei que o mesmo havia morrido com as últimas eleições!

(http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/dois-dias-depois-de-reeleita-represidenta-sofre-derrota-historica-na-camara-que-rejeita-decreto-bolivariano-sobre-conselhos-populares/)

29/10/2014 às 6:41
Dois dias depois de reeleita, “represidenta” sofre derrota histórica na Câmara, que rejeita decreto bolivariano sobre conselhos populares
Dois dias depois da reeleição de Dilma Rousseff, a Câmara dos Deputados, por ampla maioria — foi realizada em votação simbólica, com encaminhamento de lideranças —, derrubou o Decreto 8.243, o dos Conselhos Populares. Acompanhei a sessão. Voltarei ao assunto com mais detalhes. O PT, o PSOL, o PCdoB e o PROS tentaram desesperadamente obstruir a votação do Decreto Legislativo 1.491, que derruba o de Dilma. Não conseguiram.
Por mais que os governistas, alguns com discursos lastimáveis, tenham afirmado que não se trata de uma derrota de Dilma, a verdade evidente é que se trata, sim. Ela perdeu, e a democracia ganhou.
Não custa lembrar trechos do monstrengo dilmiano. O Artigo 1º do decreto estabelece: “Fica instituída a Política Nacional de Participação Social – PNPS, com o objetivo de fortalecer e articular os mecanismos e as instâncias democráticas de diálogo e a atuação conjunta entre a administração pública federal e a sociedade civil”. Sei… O Inciso II do Artigo 3º sustenta ainda que uma das diretrizes do PNPS é a “complementariedade, transversalidade e integração entre mecanismos e instâncias da democracia representativa, participativa e direta”.
Certo! Então os conselhos seriam uma forma de democracia direta, né? Só que é a democracia direta que se realiza à socapa, sem que ninguém saiba. Ou o “cidadão” decide fazer parte de algum “coletivo” ou “movimento social” ou não vai participar de coisa nenhuma. O texto tem o topete de definir o que é sociedade civil logo no Inciso I do Artigo 2º: “o cidadão, os coletivos, os movimentos sociais institucionalizados ou não institucionalizados, suas redes e suas organizações”. Ou por outra: é sociedade civil tudo aquilo que o poder decidir que é; e não é o que ele decidir que não é.
Fim da propriedade privada
Como observei numa coluna na Folha, O “indivíduo” só aparece no decreto para que possa ser rebaixado diante dos “coletivos” e dos “movimentos sociais institucionalizados” e “não institucionalizados”, seja lá o que signifiquem uma coisa, a outra e o seu contrário. Poucos perceberam que o decreto institui uma “justiça paralela” por intermédio da “mesa de diálogo”, assim definida: “mecanismo de debate e de negociação com a participação dos setores da sociedade civil e do governo diretamente envolvidos no intuito de prevenir, mediar e solucionar conflitos sociais”.
Ai, ai, ai… Como a Soberana já definiu o que é sociedade civil, poderíamos esperar na composição dessa mesa o “indivíduo” e os movimentos “institucionalizados” e “não institucionalizados”. Se a sua propriedade for invadida por um “coletivo”, por exemplo, você poderá participar, apenas como uma das partes, de uma “mesa de negociação” com os invasores e com aqueles outros “entes”. Antes que o juiz restabeleça o seu direito, garantido em lei, será preciso formar a tal “mesa”…
Isso tem história. No dia 19 de fevereiro, o ministro Gilberto Carvalho participou de um seminário sobre mediação de conflitos. Com todas as letras, atacou a Justiça por conceder liminares de reintegração de posse e censurou o estado brasileiro por cultivar o que chamou de “uma mentalidade que se posiciona claramente contra tudo aquilo que é insurgência”. Ou por outra: a insurgência lhe é bem-vinda. Parece que ele tem a ambição de manipulá-la como insuflador e como autoridade.
Vocês se lembram do “Programa Nacional-Socialista” dos Direitos Humanos, de dezembro de 2009? É aquele que, entre outros mimos, propunha mecanismos de censura à imprensa. Qual era o Objetivo Estratégico VI? Reproduzo trecho:
“a- Assegurar a criação de marco legal para a prevenção e mediação de conflitos fundiários urbanos, garantindo o devido processo legal e a função social da propriedade.
(…)
d- Propor projeto de lei para institucionalizar a utilização da mediação como ato inicial das demandas de conflitos agrários e urbanos, priorizando a realização de audiência coletiva com os envolvidos (…) como medida preliminar à avaliação da concessão de medidas liminares (…)”
Dilma voltou à carga, resolveu dar uma banana para o Congresso e, em vez de projeto de lei, que pode ser emendado pelos parlamentares, mandou logo um decreto, que não pode ser emendado por ninguém.
Quebrou a cara. E olhem que isso aconteceu com a atual composição da Câmara. A da próxima legislatura é ainda mais inóspita ao governo. A democracia respira, sim, senhores! Se Dilma quer brincar com essas coisas, que vá para Caracas.

Texto publicado originalmente às 22h31 desta terça


Por Reinaldo Azevedo

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

E NOSSO MUNDO ACABOU

(INTRODUÇÃO)



(Obs.: História utópica sobre um fantástico fim do mundo...) 

Então o mundo acabou... Na tarde daquele 21 de dezembro de 2012 ocorreu o que há muito estava previsto, mas que ninguém acreditava ser possível! Mas não foi da forma que se imaginava ou especulava.
Aquele dia não amanheceu para os olhos dos seres que aqui viviam, sejam homens ou animais. De repente, todo o céu do globo, em todos os confins da terra, estava coberto por um manto negro de nuvens como se estivesse prestes a cair a maior tempestade de todos os tempos. Mais negras, densas e elevadas que as próprias do Dilúvio Bíblico de Noé. Cobriram completamente o firmamento e nem luz do Sol, nem brilho das estrelas ou da lua podiam passar por suas espessas paredes gasosas. O Breu era tamanho que mal as luzes artificiais de carros ou postes de iluminação pública davam conta de iluminar os locais e as pessoas que aí estavam e que corriam amedrontadas ao conforto e segurança de seus lares...
Conta-se que o paredão de nuvens surgiu em meio ao oceano Pacífico, já no primeiro segundo daquele dia 21 e estendeu-se, de oriente para ocidente, minuto a minuto, como uma imensa cortina que se fecha encobrindo o palco ao findar o espetáculo.  Estaria pois, findo, o espetáculo humano sobre a Terra?  Teria já soado o último acorde da Sinfonia Terrestre?
Não houve o irromper da manhã. As pessoas acordaram pois seus despertadores gralharam na hora de costume... tomaram seus desjejuns (ou mantiveram o jejum) e seguiram suas vidas, pois é mais fácil ignorar o que é diferente que tentar entender. Na verdade, é impossível se aperceber de algo para o qual não temos o desenvolvimento mental e espiritual necessário para ver, mesmo que não o entendamos, de início. E assim, uns ficaram em casa, outros foram trabalhar, outros queriam aproveitar as férias e praguejaram a “chuva” que se formava que impediria o divertimento...
Porém, como se a energia da Terra fosse lábil e exclusivamente dependente da luz solar, aos poucos, os aparatos eletro-eletrônicos começaram a falhar e desligar-se. Artigos movidos a pilhas e baterias foram os primeiros. Relógios, calculadoras, brinquedos, máquinas fotográficas, aparelhos celulares, todos foram deixando de funcionar. Com isso, muitas pessoas já ficaram em desespero, sentindo-se isoladas do mundo sem suas preciosidades eletrônicas para conectá-las aos outros.
Na sequência, foi a vez dos aparelhos de som e imagem, dos computadores, dos eletrodomésticos. O caos começou a se instaurar por toda parte! Empresas cessavam suas atividades; indústrias paravam suas linhas de produção; hospitais entravam em alerta e a correria era geral devido a pane total dos aparelhos e equipamentos de suporte de vida e monitoramento, e muitos se preparavam para fazer uso de seus geradores de emergência movidos a combustível fóssil; o comércio fechava suas portas com medo de ondas de vandalismo que pudessem ocorrer acompanhando a escuridão.
Mais tarde, foi a vez da energia elétrica predial e viária finalmente acabar! Ninguém entendia! Nenhum acidente, nenhuma avaria detectável, nenhum raio vindo das negras nuvens, nenhuma queda de barreira, nada que justificasse, em nossa compreensão, tal crise energética global. Contudo, não se sabia que era global até então, pois, qualquer comunicação que não fosse feita de forma escrita (de próprio punho) ou falada (pessoalmente), estava completamente impossibilitada. O homem tornara-se refém de sua própria tecnologia (ou da ausência dela, por assim dizer!) e mergulhara de cabeça nas trevas da ignorância...

(Continua...)

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

SOBRE AMORES E CONCHINHAS



O texto abaixo, de Nathalí Macedo, foi publicado no site Entenda os Homens, mas me fez lembrar de um outro, de minha autoria, que publiquei alguns meses atrás (http://anavalhadepoda.blogspot.com.br/2014/04/como-se-diz-eu-te-amo.html)

“Felicidade pra mim é pouco. Eu preciso de euforia.” Essa máxima tem mais adeptos do que se pode imaginar. Em um mundo de baladas alucinantes e sexo fácil, não é de se estranhar que as verdadeiras parcerias sejam cada vez mais raras. Isso porque o conforto da conchinha em dias frios e do filminho a dois no domingo não tem sido suficiente para satisfazer enérgicos caçadores de êxtase.
A verdade é que algumas pessoas precisam estar em estado permanente de paixão. Só dançar não basta – é preciso ultrapassar todos os limites do seu corpo; só amar não basta – tem que ter orgasmos múltiplos todo dia; se identificar com a profissão não basta – É preciso gostar tanto do trabalho a ponto de ficar ansioso pela segunda-feira.
E os relacionamentos têm obedecido – lamentavelmente – esse vírus moderno da insaciabilidade aguda. Arrisco dizer que é por isso que as verdadeiras parcerias caíram de moda. Não se troca mais a liberdade da solteirice pelo tédio que um relacionamento estável supõe. Mas quem se recusa a essa troca certamente desconhece a sensação surreal de uma conchinha. De gargalhadas épicas assistindo a um programa de humor sem graça no sábado à noite. Do tesão inigualável de um sexo com amor (sexo com amor, não necessariamente sexo amorzinho).
As parcerias ainda estariam “em alta” se as pessoas parassem de esperar delas essa tal euforia. Espera-se sexo avassalador diariamente quando, às vezes, se pode querer simplesmente pegar no sono depois do jantar. Espera-se conversa e tagarelices sem fim enquanto se pode, vez ou outra, querer simplesmente permanecer em silêncio – e, calma, isso não é um problema.
Achar que todo relacionamento se sustenta na base do sexo três vezes ao dia e ter certeza de que há algo de errado se o outro recusa é uma utopia. O amor é poder ser você mesmo. Poder assumir que quer só dormir de conchinha – sem tabus, sem a obrigação da paudurecência permanente. Sentir-se bem com o outro de chinelo e camisa de propaganda, sem maquiagem e descabelada. Eu diria que amar é, acima de tudo, sentir-se à vontade. Sem pressa, sem euforia, sem regras estabelecidas. Porque amor é liberdade.
É preciso aceitar o outro em todas as suas versões, inclusive nos dias ruins. A rotina é o preço que se paga pra se ter um grande amor sempre ao lado – um preço irrisório quando ela se torna absolutamente deliciosa. E isso só é possível ao lado de quem se ama. Apaixonar-se é bom. Mas o amor tem privilégios que só podem ser desfrutáveis na calmaria.


quinta-feira, 10 de julho de 2014

PASSADO E FUTURO, APENAS. O PRESENTE NÃO EXISTE!




O ser humano é dotado de uma capacidade incrível de racionalização do tempo, que é imprescindível para a organização social da comunidade e para auxiliar o entendimento de todos enquanto civilização. É interessante notarmos que existem ciências "atemporais", por assim dizer, como as ciências exatas, pois não sofrem variação com o passar do tempo.
Porém, já a maioria das demais ciências é completamente "temporal", haja vista se relacionarem com a linha do Tempo das mais diversas formas, seja estudando-a, citando-a ou evoluindo e alterando seus princípios com o passar desta.
Temos que: 
As ciências humanas, devido as suas bases, assim como a condição humana em si, tem um caráter múltiplo: ao mesmo tempo em que engloba características teóricas em ramos tais como lingüística, gramática e filosofia, engloba características práticas através do jornalismo, comunicação social e direito e também engloba características subjetivas, quando entra no ramo da arte. Geralmente definidas como ciências “não-exatas” e de grande margem subjetiva, as ciências humanas são também muito profundas, complexas e de grande importância na sociedade, afinal sem matemática e engenharia não se pode sobreviver, mas sem arte e sem compreensão do mundo, não se pode viver. As ciências humanas são as disciplinas que tratam dos aspectos do homem como indivíduo e como ser social, tais como a antropologia, filosofia, história, sociologia, ciência política, lingüística, psicologia, pedagogia , economia, geografia e o direito. As Ciências Humanas se ocupam da humanidade e dos seres humanos. Englobam, portanto, o pensamento e a produção de conhecimento sobre a condição humana a partir de discursos específicos.
Tudo isso é muito belo e verdadeiro. Mas cabe uma reflexão sobre presente e cronologia, partindo dos pressupostos que:
A cronologia é a ciência cuja finalidade é a de determinar as datas e a ordem dos acontecimentos históricos, principalmente descrevendo e agrupando numa seqüência lógica. Esta disciplina insere-se numa ciência maior, que é História. A palavra cronologia deriva do termo grego chronos, que significa tempo, e logos que quer dizer estudo, assim cronologia é o estudo do tempo.

E:
Presente é um termo para designar o tempo do agora, que não é nem passado nem futuro. Como o tempo é algo que flui constantemente sem pausas, é impossível marcar o presente já que a cada intervalo de tempo que passa o presente vira passado, assim, o presente é constante e infinito.

Assim sendo, notamos que as ciências "não-exatas", de um modo geral, são suscetíveis à cronologia. Estando elas inseridas no contexto da História, sendo que referem-se ao tempo, descrevendo o que passou, aperfeiçoando-se ao longo dos anos ou estimando o que virá, as referências sempre são o Passado ou o Futuro, mas jamais, o Presente. 
O ser humano é um ser temporal e cronológico, logo, não consegue viver sem estabelecer uma relação temporal com a qual possa organizar sua vida social. E tão impossível para o homem viver sem colocar-se dentro da linha do Tempo e, concomitantemente, tão difícil de se adaptar à fluidez deste Tempo, que apodera-se de uma parcela do mesmo e passa a nominá-la de "Presente". Mas o que é este Presente? Depende do observador: o Presente pode ser a hora de agora, o dia de hoje, esta semana, o ano... Tão variável quanto a necessidade pedir, para mais ou para menos, mas sempre um fragmento composto de um Passado breve e o Futuro imediatamente após.
O presente é um ponto virtual infinitesimalmente curto, que nada mais é que a união de duas linhas contíguas e longas, sejam elas o Passado e o Futuro. Desta forma, ao formularmos um pensamento, no momento que tomamos consciência dele, o mesmo já é Passado; e a ação que dele advém ainda é Futuro; contudo, a ação passa a ser Passado ao se realizar e suas conseqüências estarão no Futuro imediato e assim, sucessivamente!
Desta feita, podemos perceber que, deveras, o Presente, como Tempo Real que estamos acostumados a lidar, não existe! O Presente não é um tempo, mas um ponto de transição no qual o Futuro torna-se Passado.
Então, entendendo e aceitando este fato, podemos concluir de modo um tanto quanto poético, que "caminhamos constantemente com um pé no Passado e outro no Futuro"!
Se vivemos tão atrelados ao Passado, só nos resta cuidar com nossas escolhas de vida e fazer com que o Futuro seja bem aproveitado assim que chegar para tornar-se novo Passado, e assim, não nos arrependeremos de termos desperdiçado o Presente, que não existe!
Fraternais Saudações
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