sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A MEDALHA DE SÃO BENTO

      Já há um bom tempo minha atenção fora chamada para um adesivo interessante, em forma de brasão ou medalha, colado em carros. O brasão continha uma cruz em seu centro e várias letras gravadas, que julguei se tratar de uma abreviatura de uma citação. Encimava todo o conjunto a palavra PAX, paz, em latim. Em uma ocasião, vi o mesmo símbolo em uma loja de artigos religiosos, mas, infelizmente na ocasião, não tive como obter dados a respeito da peça. 
      Coincidentemente, uma das minha paciente de consultório estava usando a mesma medalha em um colar; após terminar seu atendimento, pedí-lhe escusas pela indiscrição e solicitei uma explicação sobre o significado da peça que portava ao colo. A D. Vilma, pessoa amável e muito prestimosa, informou-me com satisfação em se tratar da Medalho de São Bento, protetor contra roubos, assaltos e males do corpo. Cativado pelo assunto, fiz uma  breve pesquisa que exponho aqui.
Abraços Fraternos.'.


Sem dúvida a medalha de São Bento é uma das mais veneradas pelos fiéis. A ela se atribuem poder de remédio, seja contra certas enfermidades do homem e animais, ou contra os males que podem afetar o espírito, como as tentações do poder do mal. Muito freqüente também é colocá-la nos cimentos de novos edifícios como garantia de segurança e bem-estar de seus moradores.
A origem desta medalha se fundamenta em uma verdade e experiência do cunho espiritual que aparece na vida de São Bento tal como a descreve o papa São Gregório no Livro II dos Diálogos. O pai dos monges usou com freqüência do sinal da cruz como sinal de salvação, de verdade, e purificação dos sentidos. São Bento quebrou o vaso que continha veneno com o sinal da cruz feito sobre ele. Quando os monges eram perturbados pelo maligno, o santo mandava que fizessem o sinal da cruz sobre seus corações. Uma cruz era o selo dos monges na carta de sua profissão quando não sabiam escrever. Tudo isso não faz mais que convidar seus discípulos a considerar a santa cruz como sinal benfeitor que simboliza a paixão salvadora do Senhor, porque se venceu o poder do mal e da morte.
A medalha tal como hoje a conhecemos, remonta ao século XII ou XIV ou talvez a uma época anterior de sua história. No século XVII, em Nattenberg, na Baviera, em um processo contra umas mulheres acusadas de bruxaria, elas reconheceram que nunca haviam podido influir malignamente contra o mosteiro beneditino de Metten porque estava protegido por uma cruz. Feitas, com curiosidade, investigações sobre essa cruz, descobriram que nas paredes do mosteiro estavam pintadas várias cruzes com algumas siglas misteriosas que não puderam ser decifradas. Continuando a investigação entre os códices da antiga biblioteca do mosteiro, foi encontrada a chave das misteriosas siglas em um livro do século XIV. Assim sendo, entre as figuras aparece uma de São Bento segurando com a mão direita uma cruz que continha parte do texto que se encontrava só em suas letras iniciais nas hastes das cruzes pintadas nas paredes do mosteiro de Metten, e na esquerda portava una bandeirola com a continuação do texto que completava todas as siglas até aquele momento misteriosas.
Muito mais tarde, já no século XX, foi encontrado outro desenho em um manuscrito do mosteiro de Wolfenbüttel representando um monge que se defende do mal, simbolizado numa mulher com uma cesta cheia de todas as seduções do mundo. O monge levanta contra ela uma cruz que contém a parte final do texto. É possível que a existência de tal crença religiosa não seja fruto do século XIV, senão, muito anterior.

Explicação do anverso

Nas antigas medalhas aparece, rodeando a figura do santo, este texto latino em frase inteira: Eius in obitu nostro presentia muniamur"Que a hora de nossa morte, nos proteja tua presença". Nas medalhas atuais, freqüentemente desaparece a frase que é substituída por esta: Crux Sancti Patris Benedicti, ou todavia, mais simplesmente, pela inscrição: Sanctus Benedictus.

Explicação do reverso

  1. Em cada um dos quatro lados da cruz: C. S. P. B.
    Crux Sancti Patris Benedicti. Cruz do Santo Pai Bento
  2. Na vertical da cruz: C. S. S. M. L.
    Crux Sacra Sit Mihi Lux. Que a Santa Cruz seja minha luz
  3. Na horizontal da cruz: N. D. S. M. D.
    Non Draco Sit Mihi Dux. Que o demônio não seja o meu guia
  4. Começando pela parte superior, no sentido horário: V. R. S. Vade Retro Satana. Afasta-te Satanás - N. S. M. V. Non Suade Mihi Vana. Não me aconselhes coisas vãs - S. M. Q. L. Sunt Mala Quae Libas. É mau o que me ofereces - I. V. B. Ipse Venena Bibas. Bebe tu mesmo teu veneno
Na parte superior, em cima da cruz aparece a palavra PAX e nas mais antigas IESUS


3 comentários:

  1. Muito curiosa é a máxima "Vade Retro Satana" (Afasta-te, Satanás!), utilizada inclusive como jargão popular até os dias de hoje, inicialmente utilizada por padres ainda nos tempos das missas rezadas inteiramente em latim e também em seus trabalhos de exorcismo. A medalha de São Bento é, inclusive, símbolo máximo dos monges praticantes do Canto Gregoriano.

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  2. desculpem dizer e não estou tentando abalar sua fé mas pela palavra crista basta uma palavra, para expulsar uma entidade maligna, e existem certas castas que só podem ser expulsas com jejum e oração, assim o Senhor Deus atravéz de seu Filho Jesus o disse, e ainda disse mais, ninguem vai ao pai senão por mim.

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    1. Amém!!!Não há Outro que nos guarde de todo mau a não ser o Senhor Jesus que morreu pela humanidade!!

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