Olá. Estou repostando o que o meu grande amigo e irmão Rogério Bealpino postou no Blog dele (http://ferramentario.blogspot.com.br/), algum tempo atrás. Vale a pena ler e por em prática!!!
Regras de conversação para cavalheiros (e hoje também para mulheres, evidentemente) publicadas em 1875 por Cecil B. Hartley:
1.
Ainda que convencido de que seu oponente está errado, renda-se
graciosamente, evite seguir com a discussão, ou deliberadamente mude
de assunto, mas não defenda obstinadamente sua opinião até ficar
irritado… Há muitos que, expressando opinião como se fossem leis,
defendem posições com frases do tipo “Se eu fosse presidente, ou
governador, iria…”, — e embora pelo calor do argumento só
comprovem que são incapazes de governar o próprio temperamento,
seguirão tentando persuadi-lo de que são perfeitamente competentes
para liderar a nação.
2.
Mantenha, se puder, uma opinião política fixa. Não a exponha em
todas as ocasiões e, acima de tudo, não se proponha a forçar os
outros a concordar com você. Ouça calmamente as ideias deles e, se
não puder concordar, discorde polidamente e consiga que seu
oponente, porquanto considere suas opiniões erradas, se veja
obrigado a reconhecer que você é um cavalheiro.
3.
Nunca interrompa ninguém; é rude apontar uma data ou um nome que a
pessoa esteja hesitando em dizer, a não ser que te peçam para fazer
isso. Outro erro crasso de etiqueta é antecipar algum ponto da
história que a pessoa está contando, ou terminar a frase para
roubar o final para si. Algumas pessoas justificam isso dizendo que o
orador estava estragando uma boa história, mas isso não justifica.
É muito grosseria deixar um homem entender que você não o
considera apto a terminar uma anedota que ele começou.
4.
É falta de educação se mostrar cansado durante o discurso de outra
pessoa, e é muita grosseria olhar para o relógio, ler uma carta,
folhear um livro, ou qualquer outra ação que mostre que você está
entediado com o orador ou com o assunto.
5.
Nunca fale quando outra pessoa está falando, e nunca eleve a voz
para cobrir a dos outros. Não fale de maneira ditatorial e faça com
que sua conversa seja sempre amável e franca, livre de afetações.
6.
Nunca, a não ser que peçam, fale dos seus negócios ou profissão
em público. Confinar a conversa apenas à sua própria especialidade
é vulgar. Faça o assunto se adequar à companhia. Conversas leves e
alegres são, de vez em quando, tão desnecessárias quanto sermões
num festa, então deixe que o assunto seja grave ou feliz de acordo
com o tempo e lugar.
7.
Numa briga, se você não tem como reconciliar as partes, se
abstenha. Você certamente faria um inimigo, talvez dois, ao tomar um
lado, numa discussão onde ambos os lados já perderam a calma.
8.
Nunca chame a atenção apenas para si. É rude entrar numa conversa
com um grupo e tentar tirar algum dos participantes dele para um
diálogo.
9.
Um homem inteligente é geralmente modesto. Ele pode sentir que é
intelectualmente superior em sociedade, mas não procura fazer os
outros se sentirem inferiores, nem mostrar sua vantagem em relação
a eles. Ele discutirá com simplicidade os tópicos propostos pelos
outros, e evitará aqueles que os outros não consigam discutir. Tudo
que ele diz é marcado pela polidez e deferência aos sentimentos e
opiniões dos outros.
10.
Escutar com interesse e atenção é uma conquista tão válida
quanto falar bem. Ser bom ouvinte é indispensável para ser um bom
orador, e é no papel de ouvinte que você você consegue detectar
mais facilmente se um homem é educado para a vida social.
11.
Nunca escute a conversa de duas pessoas que se afastaram de um grupo.
Se elas estão tão próximas que não há como evitar ouvi-las, você
pode, apropriadamente, mudar de lugar.
12.
Faça que sua parte da conversa seja tão modesta e breve quanto
consistente com o assunto em debate, e evite longos discursos e
histórias tediosas. Se, no entanto, outra pessoa, particularmente
mais velha, conta um caso mais longo, escute respeitosamente até que
ela termine, antes de falar novamente.
13.
Fale pouco de si. Seus amigos conhecerão suas virtudes sem forçá-lo
a nomeá-las, e você pode estar certo de que é igualmente
desnecessário expor você mesmo seus defeitos.
14.
Se você aceita a lisonja, deve também aceitar quando inferem que
você é bobo e convencido.
15.
Ao falar de seus amigos, não compare uns aos outros. Fale dos
méritos de cada indivíduo, mas não tente aumentar as virtudes de
um ao contrastá-las com os vícios de um outro.
16.
Evite, numa conversa, todo assunto que possa ferir alguém ausente.
Um cavalheiro nunca calunia ou dá ouvidos à calúnia.
17.
O homem mais sagaz se torna chato e mal educado quando pretende
atrair toda a atenção de um grupo no qual deveria interpretar um
papel mais modesto.
18.
Evite frases feitas, e faça citações raramente. Elas às vezes
temperam uma conversa, mas quando se tornam hábito constante, são
extremamente tediosas e de mau gosto.
19.
Não seja pedante; é uma marca, não de inteligência, mas de
estupidez.
20.
Fale sua língua corretamente; ao mesmo tempo não seja maníaco em
relação à formalidade e correção das frases.
21.
Nunca repare se outros cometem erros de linguagem. Pontuar isso
verbalmente ou por olhar, naqueles ao seu redor, é falta de
educação.
22.
Se o assunto é de trabalho ou científico, evite o uso de termos
técnicos. São de mau gosto, porque muitos não entenderiam.
Entretanto, se você os usa inconscientemente numa frase, não cometa
o erro maior de explicar o significado. Ninguém o agradecerá por
destacar-lhes a ignorância.
23.
Ao conversar com um estrangeiro que não fale Inglês corretamente,
escute com atenção, mas não sugira uma palavra ou frase se ele
hesitar. Acima de tudo, não demonstre por ação ou palavra se está
impaciente com as pausas e erros do orador. Se você entender a
língua dele, avise isso assim que se falarem; não é uma exibição
do seu conhecimento, mas uma gentileza, já que um estrangeiro ficará
feliz em falar e ouvir a língua materna num país estranho.
24.
Tenha cuidado, em sociedade, para nunca se colocar no papel de bufão,
ou logo você será conhecido como o “engraçado” da turma, e
nada é mais perigoso para a dignidade de um cavalheiro. Você se
expõe à censura e ao ridículo, e pode estar certo que, para cada
pessoa que ri com você, duas riem de você, e para cada um que o
admira, dois assistem a tudo com reprovação.
25.
Evite se gabar. Falar de dinheiro, boas relações ou do luxo à sua
disposição é de mau gosto. É indelicado falar da sua intimidade
com pessoas importantes. Se os nomes deles ocorrerem naturalmente no
curso da conversa, tudo bem; mas ficar constantemente citando, “meu
amigo, o Governador,” ou “meu amigo íntimo, o Presidente,” é
pomposo e de mau gosto.
26.
Quando se recusar a fazer piadas, não demonstre desprezo pela
alegria alheia. É mal educado propor assuntos graves quando uma
conversa prazerosa está ocorrendo. Junte-se à diversão e esqueça
seus problemas mais graves, e você será mais popular do que se
tentar converter a alegria inocente em discussão grave.
27.
Quando em sociedade com acadêmicos, não os questione sobre seus
trabalhos. Mostrar admiração por um autor é de mau gosto, mas você
pode ser gracioso se, com um citação ou referência, mostrar que é
um leitor e que aprecia a obra.
28.
É extremamente rude e pedante, numa conversa geral, fazer citações
em língua estrangeira.
29.
Usar frases de duplo sentido não é cavalheiresco.
30.
Se estiver ficando irritado com a conversa, mude de assunto ou fique
em silêncio. Você pode dizer, num arroubo de paixão, palavras que
nunca usaria num momento mais calmo, e as quais você lamentaria
depois de dizer.
31.
“Nunca fale de cordas para um homem cujo pai foi enforcado” é um
ditado vulgar, mas popular. Evite assuntos que possam ferir
personalidades e assuntos de família. Evite, se puder, conhecer os
segredos de seus amigos, mas se algum lhe for confidenciado, nunca o
revele a terceiros.
32.
Se você é viajado, não fale constantemente disso. Nada é mais
cansativo do que um homem que começa todas as frases com, “Quando
estive em Paris,” ou, “Na Itália eu vi…”
33.
Quando fizer perguntas sobre pessoas que não conhece num salão,
evite usar adjetivos; ou você pode perguntar à uma mãe, “Quem é
a garota feia, esquisita?” e receber como resposta, “Senhor,
aquela é minha filha.”
34.
Evite a fofoca; numa mulher é detestável, mas num homem é
simplesmente desprezível.
35.
Não ofereça assistência ou conselho à sociedade geral. Ninguém
irá agradecê-lo por isso.
36.
Evite a lisonja. Um elogio delicado é permitido numa conversa, mas o
excesso é rude, vulgar, e para pessoas sensíveis, repugnante. Se
você lisonjeia seus superiores, eles deixam de confiar em você,
acreditando que você tem algum motivo egoísta; se lisonjeia damas,
elas o desprezam, por pensarem que você não tem outro assunto.
37.
Uma dama de bom senso se sentirá mais elogiada se você conversar
com ela sobre assuntos interessantes e instrutivos, ao invés de
apenas sobre sua beleza. Neste caso ela concluirá que você a
considera incapaz de discutir assuntos elevados, e você não pode
esperar que ela fique satisfeita em ser considerada uma pessoa boba e
vaidosa, que precisa ser adulada para ficar de bom humor.