quinta-feira, 10 de julho de 2014

PASSADO E FUTURO, APENAS. O PRESENTE NÃO EXISTE!




O ser humano é dotado de uma capacidade incrível de racionalização do tempo, que é imprescindível para a organização social da comunidade e para auxiliar o entendimento de todos enquanto civilização. É interessante notarmos que existem ciências "atemporais", por assim dizer, como as ciências exatas, pois não sofrem variação com o passar do tempo.
Porém, já a maioria das demais ciências é completamente "temporal", haja vista se relacionarem com a linha do Tempo das mais diversas formas, seja estudando-a, citando-a ou evoluindo e alterando seus princípios com o passar desta.
Temos que: 
As ciências humanas, devido as suas bases, assim como a condição humana em si, tem um caráter múltiplo: ao mesmo tempo em que engloba características teóricas em ramos tais como lingüística, gramática e filosofia, engloba características práticas através do jornalismo, comunicação social e direito e também engloba características subjetivas, quando entra no ramo da arte. Geralmente definidas como ciências “não-exatas” e de grande margem subjetiva, as ciências humanas são também muito profundas, complexas e de grande importância na sociedade, afinal sem matemática e engenharia não se pode sobreviver, mas sem arte e sem compreensão do mundo, não se pode viver. As ciências humanas são as disciplinas que tratam dos aspectos do homem como indivíduo e como ser social, tais como a antropologia, filosofia, história, sociologia, ciência política, lingüística, psicologia, pedagogia , economia, geografia e o direito. As Ciências Humanas se ocupam da humanidade e dos seres humanos. Englobam, portanto, o pensamento e a produção de conhecimento sobre a condição humana a partir de discursos específicos.
Tudo isso é muito belo e verdadeiro. Mas cabe uma reflexão sobre presente e cronologia, partindo dos pressupostos que:
A cronologia é a ciência cuja finalidade é a de determinar as datas e a ordem dos acontecimentos históricos, principalmente descrevendo e agrupando numa seqüência lógica. Esta disciplina insere-se numa ciência maior, que é História. A palavra cronologia deriva do termo grego chronos, que significa tempo, e logos que quer dizer estudo, assim cronologia é o estudo do tempo.

E:
Presente é um termo para designar o tempo do agora, que não é nem passado nem futuro. Como o tempo é algo que flui constantemente sem pausas, é impossível marcar o presente já que a cada intervalo de tempo que passa o presente vira passado, assim, o presente é constante e infinito.

Assim sendo, notamos que as ciências "não-exatas", de um modo geral, são suscetíveis à cronologia. Estando elas inseridas no contexto da História, sendo que referem-se ao tempo, descrevendo o que passou, aperfeiçoando-se ao longo dos anos ou estimando o que virá, as referências sempre são o Passado ou o Futuro, mas jamais, o Presente. 
O ser humano é um ser temporal e cronológico, logo, não consegue viver sem estabelecer uma relação temporal com a qual possa organizar sua vida social. E tão impossível para o homem viver sem colocar-se dentro da linha do Tempo e, concomitantemente, tão difícil de se adaptar à fluidez deste Tempo, que apodera-se de uma parcela do mesmo e passa a nominá-la de "Presente". Mas o que é este Presente? Depende do observador: o Presente pode ser a hora de agora, o dia de hoje, esta semana, o ano... Tão variável quanto a necessidade pedir, para mais ou para menos, mas sempre um fragmento composto de um Passado breve e o Futuro imediatamente após.
O presente é um ponto virtual infinitesimalmente curto, que nada mais é que a união de duas linhas contíguas e longas, sejam elas o Passado e o Futuro. Desta forma, ao formularmos um pensamento, no momento que tomamos consciência dele, o mesmo já é Passado; e a ação que dele advém ainda é Futuro; contudo, a ação passa a ser Passado ao se realizar e suas conseqüências estarão no Futuro imediato e assim, sucessivamente!
Desta feita, podemos perceber que, deveras, o Presente, como Tempo Real que estamos acostumados a lidar, não existe! O Presente não é um tempo, mas um ponto de transição no qual o Futuro torna-se Passado.
Então, entendendo e aceitando este fato, podemos concluir de modo um tanto quanto poético, que "caminhamos constantemente com um pé no Passado e outro no Futuro"!
Se vivemos tão atrelados ao Passado, só nos resta cuidar com nossas escolhas de vida e fazer com que o Futuro seja bem aproveitado assim que chegar para tornar-se novo Passado, e assim, não nos arrependeremos de termos desperdiçado o Presente, que não existe!
Fraternais Saudações
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